Halloween – Uma viagem pelo Dia das Bruxas

Halloween – Uma viagem pelo Dia das Bruxas

1 de Novembro, 2019 0 Por Patricia Diniz

O Dia das Bruxas é conhecido mundialmente como um feriado celebrado principalmente nos Estados Unidos, mais conhecido como Halloween: uma celebração popular de culto aos mortos comemorada anualmente no dia 31 de outubro. É uma data carregada de histórias, mistérios e curiosidades, além disso, muitas pessoas se inspiram na temática para escolher seu próximo destino de viagem. Para que possamos entender melhor o que veio a se tornar o Halloween de hoje em dia, é importante que conheçamos seu passado, sua origem.

Há cerca de dois mil anos atrás, as estações do ano determinavam fortemente os ciclos da agricultura, uma vez que não havia as possíveis intervenções humanas dos tempos de hoje. Por isso, para o povo celta, que habitava o que hoje conhecemos como Irlanda, Reino Unido (e França), o ano novo era comemorado, aproximadamente, em 1º de novembro: o dia marcava o fim do alegre e vivo verão e o começo do longo e frio inverno.

Para esse povo, à noite entre 31 de outubro, véspera de mudanças, o abismo entre o plano dos vivos e dos mortos de dissolvia. A essa noite, livre de limitações entre os que aqui viviam e os que já não pertenciam a esse mundo, os celtas nomearam Samhain. No Samhain, fantasmas dominavam a terra e destruíam as plantações! Nos séculos seguintes, após a invasão dos romanos às terras que chamariam de Bretanha, os costumes romanos se misturaram aos celtas. Feralia, por exemplo, uma festa em que Roma celebrava a partida dos mortos, realizada em fins de outubro, naturalmente se aclimatou no norte e deu novas cores ao Samhain.

… significado da palavra Halloween…

Posteriormente (e o posteriormente aqui significa séculos, veja bem, a igreja católica era quem dava as cartas), o papa Gregório III atribuiu a 1º de novembro o Dia de Todos os Santos, uma grande festividade. No ano 1000, a igreja criou mais uma data, desta vez para honrar todos os mortos, conhecida no Brasil como Dia dos Finados, 2 de novembro. A escolha da data foi estratégica: a intenção era que as novas festividades substituíssem o pagão Samhain nas ilhas celtas, onde a palavra de Jesus começava a se estabelecer. Ambas as datas fixaram-se, mas o 2 de novembro não eliminou o 31 de outubro! A noite da véspera era, portanto, “All-hallows Eve” (“Hallow” é um termo antigo para “santo”, e “Eve” é o mesmo que “véspera”). O termo mudou com o tempo e acabou virando “Halloween”.

… a transformação da festa de Halloween com o passar dos anos…

Por volta de 1850, os Estados Unidos receberam uma nova leva de imigrantes. Desta vez, não apenas celtas, mas irlandeses principalmente, que sofriam uma grande crise de fome, e levaram consigo o antigo costume do Halloween. Os anos transformaram-se em décadas e a festa foi ganhando novos costumes entre os povos: o ato de pedir comida ou dinheiro no dia de todas as almas na Inglaterra, em troca de orações para os mortos da família, deu origem ao “gostosuras ou travessuras”, assim como, deixar comida na porta, que tinha como objetivo afastar os fantasmas da casa, tornou-se uma forma de interação coletiva. Nesse meio tempo, o senso de coletividade alterou o medo real de fantasmas, e as máscaras e fantasias, que tinham o propósito de enganar os espíritos, viraram uma brincadeira para enganar, no máximo, um vizinho distraído: em meados de 1900, o Halloween já tinha perdido boa parte do cunho supersticioso. 

A popularização do Halloween

Outros países começaram a incorporar à sua cultura a tradição do Halloween, das mais variadas maneiras! Por exemplo: chineses queimam pequenos barcos de papel, os japoneses acendem velas e as colocam em lanternas para flutuar pelos rios e mares, os filipinos vão de casa em casa e cantam canções sobre as almas presas no purgatório (e em troca pedem comida ou dinheiro), os austríacos decoram as sepulturas de seus entes queridos com lanternas e coroas de flores, etc. Já no Brasil, como sabemos, levamos flores ao cemitério. 

A relação do Brasil com o Halloween e o nosso Saci Pererê

Trazendo a realidade do Halloween e sua crescente popularização para a nossa realidade no Brasil, podemos citar o Dia do Saci. Essa data comemorativa nasceu na década passada, como uma resposta a essa popularização da festa norte americana e como uma forma de, também, encorajar e incentivar o folclore brasileiro e a comemoração das nossas tradições.

O Halloween não se resume a imagem americana e pagã: é muito mais do que isso! São 2 mil anos de adaptações e evoluções, um mix de culturas: elementos dos antigos celtas e romanos, de irlandeses e ingleses da Idade Média e dos primeiros séculos de tradição cristã. Se o Halloween é resultado disso tudo, o jovem Saci pode juntar-se à festas dos vampiros, fantasmas e abóboras! Não é necessariamente excludente.

Agora que entendemos um pouco sobre a história e o que é o Halloween, podemos prosseguir!

Mas, afinal, qual é a relação do Halloween com o Turismo? Podemos começar falando das tradições que cada país adotou e como elas inspiram muitas pessoas na escolha de seu próximo destino de viagem! A própria tradição das abóboras acesas!

A Irlanda e o Halloween

Aliás, os irlandeses (esse povo!), acendiam velas dentro de nabos para afastar maus espíritos no fim do verão. Eles levaram esse costume para os EUA que foi incorporado ao Halloween. Essas abóboras são chamadas de Jack o’Lantern: reza a lenda que Jack, um alcoólatra malandro, enganou o diabo várias vezes em suas andanças para não ser levado para o inferno. Um belo dia, de tanto beber, morreu. Com tantos pecados, no céu não conseguiu entrar e no inferno já não era bem-vindo! Assim, Jack passou a vagar com velas dentro de nabos para iluminar sua alma penada. Chegando à América, os irlandeses substituíram os nabos pelas abóboras devido a abundância.

O Halloween no Canadá

Aproveitando a história das abóboras acesas, ao redor de Vancouver, no Canadá, com a chegada do Halloween, começa a temporada de abóboras! Há várias fazendas de abóboras, abertas a visitação. Os valores de entrada variam de doações até 12 dólares, dependendo do dia da semana. Para quem quiser conhecer mais, duas opções de fazendas que recebem visitantes:  https://www.countryfarms.ca/the-nursery e https://laitypumpkinpatch.com/ 

Além dessa opção fofa para quem estiver aos arredores de Vancouver, atrações um pouco mais horripilantes também chamam a atenção de turistas. 

As celebrações de Halloween em diferentes países

Colômbia

Na Colômbia, uma construção de 1928, que fica ao lado do Salto del Tequendama, localizada no alto de um penhasco, a Casona Del Salto, antigo Hotel Del Salto, se destaca: uma opção de hospedagem luxuosa a quem procurava desfrutar da natureza. Devido a criação de uma hidrelétrica e a poluição do rio, o fluxo de turistas diminuiu significativamente. O lugar é conhecido pela aparência de casa mal-assombrada e pelos muitos suicídios de pessoas que ali perderam a vida. Após 26 anos fechado, o hotel foi transformado em um museu e reabriu em 2013.

Portugal

Em Évora, Portugal, podemos citar a famosa Capela dos Ossos, construída no século XVII, é revestida com alguns milhares de ossos e crânios. O objetivo era “provocar pela imagem a reflexão sobre a transitoriedade da vida humana e o consequente compromisso de uma permanente vivência cristã.” Segundo informações do site da Capela, os ossos eram provenientes dos espaços de enterramento ligados ao antigo convento. 

Romênia

Na Romênia, na região da Transilvânia (mais especificamente na vila de Sighisoar), cidade natal do Príncipe Vlad, é possível conhecer os antigos aposentos do mesmo. Além disso, há o Casa Vlad Dracul Restaurante Sighisoara, onde o turista pode servir especialidades da cozinha internacional e pratos romenos, como “Food of Prince Dracula”, juntamente com o palinka da Transilvânia.

Além desses destinos curiosos que vimos até aqui, algumas cidades em si atraem uma grande demanda, justamente por estarem ligadas à história da festividade: 

Londonderry, na Irlanda do Norte. A cidade inteira é envolta por um grande evento que mais parece um carnaval no Halloween! 

Halloween e Estados Unidos

As celebrações de Halloween adquirem maiores proporções geográficas e midiáticas em especial nos Estados Unidos, em que várias cidades encantam com tamanhas festividades, escolhi três delas:

Orlando (Florida)

Quem costuma abrir a temporada de festividades são os parques temáticos, com destaque para o Magic Kingdom da Disney. O parque realiza a Mickey’s Not-So-Scary Halloween Party, que inicia em agosto e acontece até outubro!

 Salem (Massachusetts) 

Quando se fala em Bruxas, não há como não pensar em Salem! Durante todo o mês de outubro a cidade é decorada e diversos eventos ocorrem, como o show Ghostbusted no Haunted Dinner Theater e apresentações na Casa das Sete Gables.

Hollywood (Los Angeles – Califórnia)    

Um pouco diferente das outras opções nos Estados Unidos, o Halloween Horror Nights, do Universal Studios, não é uma opção para todas as idades! O cineasta Eli Roth criou o Terror Tram, que os visitantes a um palhaço assassino. Além disso, o local conta com zonas de intimidação e labirintos baseados em produções de terror, como Jogos Mortais, O Iluminado e American Horror Story. Quem gosta de zumbis podem optar pela atração de The Walking Dead. O evento acontece até 4 de novembro. 

Para todos os gostos e estilos, há inúmeras opções de entretenimentos nos mais variados destinos para passar o Halloween! Dá para conhecer um por ano, que tal?! Diga-nos, para onde você iria para passar o Halloween? 

Até mais, colegas! 

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Author: Patrícia Diniz

Eu sou a Patrícia! Recentemente formada em Gestão de Turismo pela Universidade Federal de Santa Maria e consultora de intercâmbios em Santa Maria, RS. Sou alguém que deseja que o Turismo seja valorizado e respeitado, que deseja que o Turismo chegue a cada pessoa desse mundo, independente de sua faixa etária, sua condição econômica e social. Quero que o Turismo não seja visto somente como lazer, mas como uma oportunidade!