Turismo é um direito de todos – Programa Turismo Acessível

Turismo é um direito de todos – Programa Turismo Acessível

18 de Abril, 2019 0 Por Patricia Diniz

O acesso à atividade turística é um direito de todos. No entanto, as precariedades no acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida não são limitações que se resolvam a curto prazo, mas sim com o contínuo avanço na estruturação dos destinos turísticos, aumentando e aprimorando a qualidade das informações e dos serviços prestados. Faz-se necessária também a sensibilização e a qualificação de gestores públicos, privados e prestadores de serviços para um adequado atendimento às pessoas com necessidades especiais (sendo elas permanentes ou temporárias). Assim como, adequar empreendimentos e atividades turísticas de maneira que essas pessoas possam ter acesso independente: o que é imprescindível e urgente.

Além de ser uma alternativa de promover a igualdade de oportunidades, a solidariedade e o exercício de cidadania, a acessibilidade no turismo precisa ser tratada de forma inovadora. Uma série de ações, programas e projetos já foram e estão sendo desenvolvidos pelo Governo em esferas Federal, Estadual e Municipal. Nesse sentido, o Ministério do Turismo tem buscado promover a acessibilidade (considerando o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e o compromisso do Brasil com as premissas da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU), apoiando projetos que visem à acessibilidade urbana, à adaptação de atividades turísticas e à sensibilização e disseminação de orientações acerca da acessibilidade nos mais diversos setores ligados direta e indiretamente à atividade turística. O Programa Turismo Acessível é um exemplo: constitui-se em um conjunto de ações para promover a inclusão social e o acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida à atividade turística com  segurança e autonomia.

Conhecendo o Programa

Quem são os beneficiários do Programa:
  • Gestores públicos e privados;
  • Empreendimentos turísticos;
  • Destinos turísticos;
  • Profissionais de linha de frente do turismo;
  • Pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida (turistas e não turistas).
Eixos de atuação Justificativa
Estudos e Pesquisas Carência de estudos e pesquisas sobre o perfil do turista, diagnósticos e estudos de casos
Informações turísticas Pouca informação existente acerca de acessibilidade dos atrativos, empreendimentos e serviços turísticos do País
Serviços Turísticos Baixa qualificação dos recursos humanos no atendimento às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e baixo nível de acessibilidade em empreendimentos e na prestação de serviços turísticos
Infraestrutura Turística Infraestrutura turística pública inadequada
Promoção e Apoio à Comercialização Poucos destinos, empreendimentos e atrativos turísticos acessíveis posicionados no mercado
Mercado de Trabalho do Setor Turístico Pouca participação das pessoas com deficiência no mercado de trabalho do turismo

Como participar do Programa Turismo Acessível?

Órgãos Públicos e Entidades Privadas sem fins Lucrativos – Com o subsídio direto de recursos próprios ou com recursos provenientes de parcerias, podem implementar projetos de acordo com os eixos temáticos do Programa. As principais ferramentas para formalização de parcerias são: convênios (com recursos provenientes de chamadas públicas ou de emendas parlamentares) e termos e acordos de cooperação.

Iniciativa Privada – Adaptar seus empreendimentos para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e garantir a excelência no atendimento e prestação de serviços a este público, de acordo a legislação e normas brasileiras acerca da acessibilidade. No Portal do Programa, há a indicação de algumas linhas de financiamento e sugestões de alternativas econômicas para facilitar a atuação do empresariado no Turismo Acessível.

Turista – Por ser o principal beneficiário na iniciativa, sendo ou não pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida, o turista tem um papel fundamental no sucesso do Programa Turismo Acessível: o de propagar, fiscalizar e denunciar práticas que vão de encontro ou não ao tema acessibilidade.

Os Turistas têm como maior função avaliar os empreendimentos e serviços turísticos de acordo com as suas necessidades, identificando os empreendimentos, infraestruturas e serviços acessíveis. Suas avaliações serão disseminadas por meio do Guia Turismo Acessível, disponível em www.turismoacessivel.gov.br. Dessa maneira, os turistas são os principais incentivadores do Programa e devem viajar e garantir o seu direito de cidadão de desfrutar dos benefícios da atividade turística.

Para finalizar, um exemplo de projeto que vem ganhando força ao longo dos últimos seis anos e que serve de inspiração para várias outras regiões brasileiras:

Projeto Praia Sem Barreiras

O Projeto Praia Sem Barreiras, que faz parte do Programa Pernambuco Acessível, desenvolvido pela EMPETUR (Empresa Pernambucana de Turismo), promove ações de inclusão social, diversão, cidadania, educação, cultura e esportes para os idosos, deficientes físicos e pessoas com mobilidade reduzida. O Projeto teve início em 2013 e toda a assistência é dada por estudantes de Fisioterapia, Educação Física, Enfermagem e Turismo da UNINASSAU (Centro Universitário Mauricio de Nassau). Todos os voluntários passam por capacitações para poder atender melhor aos usuários.

De que maneira ocorre a atividade?

Acontece durante todo o ano, de sexta a domingo, sempre em dias em que a maré está baixa. A estrutura é montada na areia com uma esteira especial, para facilitar o acesso dos usuários, além das cadeiras anfíbias e esteiras de acesso que levam as pessoas até o mar. Estas cadeiras possuem braços que funcionam como boias e cintos para não haver o risco de quedas.

Segundo o coordenador de responsabilidade social da UNINASSAU, Sergio Murilo, o projeto é uma iniciativa que vêm dando certo, principalmente pela aceitação do público e pelo envolvimento social. Até 2017, foram proporcionados 6 mil banhos de mar nas praias de Boa Viagem, Porto de Galinhas, Fernando de Noronha e Olinda.

Através de sua própria natureza, o Turismo se dá pelo rompimento do isolamento, provocando o contato entre diferentes culturas e ocasionando a interação entre múltiplos e diversos atores da atividade. Dessa maneira, o Turismo contribui, indiscutivelmente, entre outras causas, para inclusão social por meio do acesso adequado às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, uma vez que associa um conjunto de dimensões favoráveis à solidariedade e à integração social. É dever de todo e qualquer estudante de turismo, gestor (independentemente da esfera em que atua), ator, turista ou mesmo membro da comunidade, propagar e apoiar iniciativas de acessibilidade no turismo, tornando o alcance à atividade cada vez mais amplo.

Referências:

MTur

Turismo Acessível

Cartilha do Programa Turismo Acessível

Guia Turismo Acessível 

Uninassau

Fonte da imagem: Camila Pessoa

Author: Patrícia Diniz

Eu sou a Patrícia! Recentemente formada em Gestão de Turismo pela Universidade Federal de Santa Maria e consultora de intercâmbios em Santa Maria, RS. Sou alguém que deseja que o Turismo seja valorizado e respeitado, que deseja que o Turismo chegue a cada pessoa desse mundo, independente de sua faixa etária, sua condição econômica e social. Quero que o Turismo não seja visto somente como lazer, mas como uma oportunidade!