Quem é Turismólogo? Sobre a profissão Turismo
Muito se fala da necessidade de valorização dos Turismólogos no mercado de trabalho. Mas afinal, quem são os Turismólogos?
Nos Estados Unidos, o primeiro curso superior de Turismo nos Estados Unidos nasceu em 1969 na Universidade Estadual do Michigan. No Brasil não foi muito depois disso, a década de 1970 é que marcou os primeiros cursos de Ensino Superior em Turismo em Universidades privadas em São Paulo. Além disso, foi apenas em 1990 que o Turismo começou a ser estudado na academia internacional com mais profundidade. Desde então o Turismo tem sido considerado uma profissão, por vezes promissora, e em outros momentos um beco sem saída. É importante que você, colega Turismólogo, conheça a profissão que escolheu e entenda que existem mitos e verdades sobre essa profissão.
Por esse motivo, te convido a entender um pouco mais sobre a profissão Turismo, sobre os Turismólogos e algumas das possibilidades ao se seguir esse caminho. Na primeira parte deste texto, parte I – Profissão Turismo, você vai entender de uma vez por todas quem é Turismólogo. Já na segunda parte, vai conhecer brevemente sobre as possibilidades de formação superior em Turismo, parte II – Formação Acadêmica. Na última parte, III – FAQ, você encontra uma série das perguntas mais frequentes respondidas.
Vamos começar:
Conteúdo do artigo
Parte I - Sobre a profissão Turismo
O que e Turismólogo? Quem é o Turismólogo?
Segundo a Lei n 12.591/12 o Turismólogo é aquele profissional que:
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Planeja, organiza, dirige, controla, gere e operacionaliza instituições e estabelecimentos ligados ao turismo;
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Diagnostica as potencialidades e as deficiências para o desenvolvimento do turismo nos Municípios, regiões e Estados da Federação;
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Coordena e orienta trabalhos de seleção e classificação de locais e áreas de interesse turístico, visando ao adequado aproveitamento dos recursos naturais e culturais, de acordo com sua natureza geográfica, histórica, artística e cultural, bem como realizar estudos de viabilidade econômica ou técnica;
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Atua como responsável técnico em empreendimentos que tenham o turismo e o lazer como seu objetivo social ou estatutário;
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Formula e implanta prognósticos e proposições para o desenvolvimento do turismo nos Municípios, regiões e Estados da Federação;
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Cria e implanta roteiros e rotas turísticas;
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Desenvolve e comercializa novos produtos turísticos;
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Entre outras atividades. A lista completa de atividades incluídas na Lei nº 12.591, de 18 de Janeiro de 2012, pode ser acessada aqui: (clique aqui).
É possível observar que, nesta lista, estão incluídas atividades diversas relacionadas ao Turismo. Pode-se dizer que todo e qualquer profissional que trabalhe nas diversas áreas do Turismo, direta e indiretamente, é considerado Turismólogo.
Quem se forma em Turismo é Turismólogo?
Não necessariamente. Segundo a lei n 12.591/12, Turismólogo é a nomenclatura oficial que define todo aquele que trabalha com a atividade turística. Para formados em Turismo, existem outras nomenclaturas, como: Bacharel em Turismo, Tecnólogo em Gestão de Turismo, Licenciado em Turismo, etc.
Aqui cabe uma ressalva: entre os formados em Turismo, se chama Turismólogo aqueles que são formados. Mas essa é uma forma de tratamento não oficial. Oficialmente Turismólogo é todo aquele que trabalha no Turismo, tendo ou não um diploma superior.
Quem pode trabalhar no Turismo?
Toda e qualquer pessoa. A verdade é que existem exceções em alguns destinos. Em São Paulo, por exemplo, para algumas decisões é necessário que o profissional seja formado para assinar Planos Diretórios, ou seja tenha um diploma de Ensino Superior no Brasil. Mas essa é a exceção, e não a regra.
Assim como nos maiores destinos turísticos do mundo, não é necessário ser graduado oficialmente (por órgãos regulatórios) para trabalhar no Turismo.
Isso não quer dizer que não seja uma vantagem profissional ser graduado em Turismo – os conhecimentos teóricos adquiridos nos cursos são abrangentes e permitem que o aluno tenha uma ideia geral e holística da atividade. Mas cabe destacar que o profissional precisa de uma série de habilidades que os cursos superiores não conseguem desenvolver. Por isso, o diploma pode ser usado como uma vantagem competitiva, mas não é uma obrigação – e nem mesmo é suficiente. Praticamente, isso significa que as empresas não são forçadas a contratar apenas profissionais formados – embora muitas hoje escolham por esse caminho.
A ideia central aqui é usar a faculdade como um dos pilares que forme um bom profissional do Turismo, mas tendo clareza de que esse não é o único requisito para o desempenho de um bom trabalho fora da academia.
Parte II - Formação Acadêmica
A formação em Turismo no Brasil atualmente compreende principalmente os cursos de Tecnólogo em Gestão do Turismo e Bacharel em Turismo. Existem opções presenciais e à distância em diversos Estados do Brasil. Aqui vale ressaltar que existem notas para os cursos superiores, o que significa que os cursos são avaliados com alguns critérios e são organizados em listas. Portanto, fique atento: existem cursos melhores e outros não tão bons.
Para conhecer todos os cursos e instituições disponíveis, acesse emec (Portal MEC).
A principal diferença entre os cursos Tecnológicos e Bacharelados é que os cursos Tecnológicos tem por objetivo, a priori, preparar alunos que imediatamente ao sair sejam colocados no mercado. A ideia é desenvolver um profissional com maior grau de empregabilidade em menos tempo, por essa razão tem duração de 2 à 3 anos. Já os cursos de Bacharelado também tem por objetivo a preparação para o mercado, mas inclui a formação científica de forma mais abrangente. Os cursos de Bacharelado tem duração mínima de 4 anos.
Qual é a diferença de fazer um curso Tecnológico e um Bacharelado?
Na prática, o mais importante a ser considerado é o objetivo ao fazer esse curso. Por exemplo, em território nacional, é possível continuar na academia, com um Mestrado, sendo formado em um Tecnológico ou Bacharelado. Mas isso não é tão comum em instituições fora do Brasil. Para fazer um mestrado no exterior, por vezes, é exigido um curso com no mínimo a acreditação de um bacharel.
E, como já falado antes, para o mercado de trabalho não faz tanta diferença, afinal, para trabalhar no Turismo não é necessário ter um diploma.
Parte III - FAQ
Seguem as respostas das perguntas mais frequentes sobre a profissão do Turismo.
Não. Você tende a ganhar com os conhecimentos técnicos do curso superior, mas ele sozinho não garante competitivide profissional, nem mesmo empregabilidade. Portanto, a sugestão é que quando você estude, esteja também no mercado, desenvolvendo habilidades que a faculdade não melhora.
Dito isso, você pode trabalhar no Turismo (e crescer nele) agora, com a formação que tem, sem a necessidade de formação oficial.
Depende. Você vai fazer 3 ou 4 anos de faculdade exclusivamente, sem se inserir no mercado de trabalho, sem fazer atividades extracurriculares? Então não.
Agora, se você complementar a faculdade com um trabalho de meio período, um estágio, iniciação científica, experiências voluntárias, então você certamente terá vantagem sobre a maioria dos que se formam em Turismo hoje, no Brasil. Vale a pena nesse caso.
Não. O que garante emprego é a capacidade de mostrar para a empresa que você consegue entregar resultados, que você é um bom profissional. Diploma não garante nada hoje, nem mesmo uma vaga em mestrado – que é a continuidade de uma graduação. É preciso associar resultados, habilidades e cursos, entre outros, para construir um profissional competitivo no mercado. No setor público, por exemplo, você precisa desenvolver habilidades de negociação, diplomacia e relacionamentos estratégicos. Só o conhecimento técnico não basta. No mercado, você precisa construir relacionamentos, gerar lucro e gerenciar pessoas.
Turismo é profissão. Conhecimento técnico é só uma parte do que você precisa para fazer do Turismo uma carreira. Portanto, associe o seu diploma à outros componentes.
O profissional do Turismo pode trabalhar nas duas esferas da economia: pública e privada. Em ambas é possível trabalhar com uma gama enorme de segmentos, como planejamento, gestão de pessoas, gestão de negócios, operacionalização de atividades, marketing do turismo, e muito mais. A verdade é que o Turismo vai muito além das conhecidas agências de viagens e da hotelaria. É possível trabalhar em empresas de tecnologia, intermediárias do Turismo, startups com ideias inovadoras e revolucionárias, e com segmentos menos conhecidos e explorados, como o Turismo cinematográfico, marketing de destinos, promoção turística, etc.
O Turismo é quase infinito. É difícil saber exatamente aonde ele começa e aonde termina. Essa é uma das principais razões pelas quais seria tão difícil – e negativo – enquadrá-lo em uma caixinha (regulamentá-lo).
Acho que uma das perguntas mais frequentes é: “Dá pra ganhar bem trabalhando com Turismo?”. E a resposta é: depende. Depende do profissional que você é, e do quanto está disposto a trabalhar outros pilares profissionais, além da faculdade, para conquistar bons salários e condições.
Só a formação em Turismo não garante bons salários. Então optar por fazer um curso de Ensino Superior para conquistar um emprego ou bons salários só dará resultados se você estiver, ao mesmo tempo, desenvolvendo outras áreas da sua carreira – inclusive humanas.
Saiba: Turismo é uma profissão. Ter os pés no chão ao escolher este caminho para a sua carreira é importante.
É com essa reflexão que finalizo esse texto. Espero que tenha sido capaz de esclarecer sobre alguns pontos importantes da nossa profissão.
Vejo vocês em seguida!
Formação de Carreiras no Turismo, sou Mestre em Gestão de Turismo, fundadora da Escola de Turismólogos e do Turismologia.
Com mais de 13 anos de experiência no Turismo, ofereço capacitação para empresas do Turismo, acelerando resultados e aumentando produtividade, através de palestras e treinamentos.