Sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, o que é? – origem conceitual
Na segunda metade do século XX, metrópoles estavam desenvolvendo-se rapidamente, sem preocupação com as consequências do crescimento desenfreado. No transcorrer dos anos de 1970, o mundo deparou-se com uma grave crise ambiental, consequente dos efeitos da poluição desmedida (POLES; RABINOVICI, 2010). Foi em 1972, em Estocolmo (Suécia), que ocorreu a 1ª Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, tornando-se um importante marco no processo de conscientização universal sobre o meio ambiente (SAMPAIO, 2004).
A década de 1980 é marcada pelo aumento da consciência ambientalista e pelo surgimento dos primeiros movimentos e entidades conservacionistas, como a WWF, o Greenpeace, a The Nature Conservancy (TNC), dentre outras (POLES; RABINOVICI, 2010). Em 1987, foi elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, o documento Our Common Future (Nosso Futuro Comum), também conhecido como Relatório Brundtland, que indicava a incompatibilidade entre os padrões de consumo e de produção atuais com os recursos naturais disponíveis, sendo esses não renováveis (RAMALHO; SILVA; RABINOVICI, 2010) – Esse, o relatório Bruntland, é um dos maiores ícones desse tema.
O termo sustentabilidade e a expressão desenvolvimento sustentável, também conhecida como eco-desenvolvimento, foram popularizados na Rio-92, exatamente vinte anos após a Conferência de Estocolmo, na 2ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ALMEIDA, 2002). Foi a própria Comissão Brundtland, que produziu o Relatório, que pôs em circulação a expressão. O termo sustentabilidade é um pouco mais antigo já que foi cunhado em Estocolmo, em 1972.
Enquanto a sustentabilidade compreende principalmente questões relacionadas à deterioração ambiental e à poluição, o propósito do desenvolvimento sustentável é voltado para o planejamento participativo e para a criação de uma nova organização econômica e civilizatória. Dessa maneira, o conceito de ambos são interligados e amparados por três pilares: econômico, social e ambiental, já mencionados na conferência da ONU na Rio-92. Já o Ministério do Turismo apresenta quatro subdivisões na perspectiva da sustentabilidade: ambiental, econômica, sociocultural e político-institucional (BRASIL, 2007). De modo desmembrado, não há como garantir a sustentabilidade do desenvolvimento.
Desenvolvimento sustentável, portanto, é a atividade que pressupõe preocupação com a realidade vigente, na proporção em que transfere o foco da lógica da produção para a ótica das necessidades essenciais da população, porém unida a uma solidariedade futurista, expressa na economia dos recursos naturais e na concepção ecológica (MONTIBELLER-FILHO, 2008). Esta lógica garante, assim, que as necessidades do presente sejam atendidas “sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades” (CMMAD, 1991, p. 46).
Pereira (2005), contudo, chama a atenção para o fato de que a sustentabilidade aplicada ao turismo consiste, basicamente, em uma relação pacífica entre a gestão eficaz dos recursos turísticos, integrando o desenvolvimento econômico e o respeito pelos princípios ambientais e culturais próprios de cada localidade. O turismo tem o compromisso para com a preservação do meio ambiente e a inter-relação entre ambos é incontestável, uma vez que a natureza é o elemento fundamental da atividade turística. Acompanhe nosso site e demais plataformas, logo discutiremos mais sobre como o turismo contribui para o desenvolvimento sustentável.
Esse texto foi elaborado com base em meu trabalho de conclusão de curso “Turismo em áreas naturais: uma análise da intensidade de consumo dos visitantes de dois empreendimentos no Rio Grande do Sul”, pela Universidade Federal de Santa Maria, e as respectivas referências que utilizei na elaboração do mesmo.
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Referências:
ALMEIDA, F. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
BRASIL. Ministério do Turismo. Roteiros do Brasil: Turismo e Sustentabilidade. 1. ed. Brasília: [s.n.], 2007. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_publicacoes/conteudo_fundamental_turismo_e_sustentabilidade.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2017.
CMMAD. Nosso Futuro Comum: Comissão mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento. 2. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1991.
MONTIBELLER-FILHO, G. O mito do desenvolvimento sustentável: meio ambiente e custos sociais no moderno sistema produtor de mercadorias. 3. ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2008.
PEREIRA, P. J. N. A actividade turística e a sustentabilidade das regiões de destino. In: X COLOQUIO IBÉRICO DE GEOGRAFIA, 10., 2005, Évora. Anais… Évora: Universidade de Évora, 2005, p. 1-15.
POLES, G.; RABINOVICI, A. O ambientalismo, o turismo e os dilemas do desenvolvimento sustentável. In: NEIMAN, Z.; RABINOVICI, A. (Org.). Turismo e meio ambiente no Brasil. Barueri: Manole, 2010.
RAMALHO, A. L., SILVA, P. B., RABINOVICI, A. O turismo no contexto da sustentabilidade. In: NEIMAN, Z.; RABINOVICI, A. (Org.). Turismo e meio ambiente no Brasil. Barueri: Manole, 2010.
SAMPAIO, C. A. C. Turismo: uma busca de outra racionalidade. Ambiente & Educação – Revista de Educação Ambiental. Ambiente e Educação, Rio Grande, v.8, p. 131-141, 2003.
Turismóloga, o que me move é ajudar as pessoas a realizarem seus sonhos: atuo na área de agenciamento e consultoria há mais de 8 anos. Atualmente, lidero e coordeno a filial da Egali Intercâmbio em Maringá/PR, além de ajudar muitos intercambistas a tirarem a ideia do papel! Para mim, antes de qualquer outra coisa, Turismo é oportunidade