Benefícios do intercâmbio para a sociedade

Benefícios do intercâmbio para a sociedade

24 de Abril, 2018 0 Por Paula Marchesan

Como já vimos, o momento do intercâmbio é enriquecedor, tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional, pois transforma o indivíduo que partiu em viagem em alguém muito diferente, mais maduro, mais consciente das outras pessoas e do seu objetivo na vida. Mas morar fora do país por um período também pode causar impactos na sociedade de origem, para os conterrâneos daquele indivíduo que fez o intercâmbio. Sei que alguns de vocês devem estar se perguntando como; e a verdade é que talvez eu não consiga expressar tudo em um único texto, mas vou trazer o que considero os principais benefícios do intercâmbio para a sociedade que fica.

Quais são, efetivamente, os benefícios do intercâmbio para a sociedade?

Imagem e reputação da instituição/país

Aqui faz-se necessário fazer uma correlação entre significados entre identidade, imagem e reputação. Comecemos pela imagem, que é formada por todas aquelas percepções que diferentes indivíduos/instituições/nações fazem de outro indivíduo/instituição/nação. Pode-se dizer então que imagem é aquela que deixamos quando na condição de intercambista. Ela pode ter um impacto profundo e mais permanente quando positiva e ela é resultados direto das nossas ações e da maneira como decidimos nos comportar. A imagem que deixamos está associada às emoções e sensações que fazemos o outro sentir. (1)

Temos a identidade, um conceito que depende tanto do emissor da mensagem quanto do receptor. Porque a identidade é o resultado do equilíbrio entre a imagem que o outro tem dele e a sua intenção de discurso, ou o que pretende dizer/passar/fazer sentir.

Mas e a reputação? Esse é um conceito construído ao longo do tempo, que é consolidado de acordo com os conceitos e percepções dos outros, mas que não é uma imagem simplesmente, senão um conceito mais perene e que não permite mudanças constantes, rápidas ou simples. Pode também ser identificada como a imagem consolidada.

Trago o trecho de um texto que diferencia Imagem e Reputação brilhantemente (1)

Ambas, tanto a imagem quanto a reputação, podem ser benefícios sentidos pela sociedade em um determinado momento e; podem provocar mudanças a longo prazo nas relações institucionais e diplomáticas. Porque lembre-se: a reputação está pautada em alicerces, convicções e crenças consolidadas e pode sim ser um elo entre duas nações. Daí a importância de deixar uma boa imagem, dado que o intercambista faz parte na construção e consolidação da reputação de uma instituição/empresa ou mesmo de uma nação.

Leia também: A importância pessoal de um intercâmbio

Absorção do intercambista em programas de pós-graduação/quadro de funcionários

Existem estudos dos benefícios de um intercâmbio a longo prazo e, em uma destas pesquisas, os autores chegam a conclusão de que um período fora do país, que tenha como principal atividade o estudo, abre mais possibilidades de desenvolvimento. Ou seja, um intercambista tem maiores chances de ser absorvido em programas de pós-graduação e, portanto, continuar estudando e, ainda, conseguir vagas de emprego com mais facilidade. (2) Dessa forma, o profissional pode agir em prol de compartilhamento de novas tecnologias e técnicas e contribuir com o desenvolvimento da sua instituição ou país.

Essa contribuição pode se dar de diversas formas, desde diretas com ideias em trabalhos científicos e desenvolvimento de novos métodos, quanto de forma indireta através de palestras e contato com públicos mais desfavorecidos (em termos educacionais, financeiros ou qualquer outro). Além disso, inserido no mercado de trabalho, o ex intercambista consegue entender relações com maior facilidade, através da Competência Intercultural, que citamos no texto anterior, e promover trocas e novas relações através delas.

Inovação/ tecnologia/ técnica

Quando existe essa troca – intercâmbio, é importante lembrar que não só os alunos brasileiros viajam ao exterior, mas alunos estrangeiros tem a oportunidade de viver no nosso país. E, vendo por uma perspectiva diferente, nós temos a oportunidade de recebê-los. Esses momentos possibilitam que tanto os indivíduos quanto as instituições que os recebem consigam absorver diferentes maneiras de entender a vida, perspectivas e vivências e, claro, absorver a cultura, formada pelo complexo conjunto de tradições, crenças e saberes.

Alunos de diferentes nações tem, normalmente, metodologias diferentes de ensino em seus países de origem e o país que os recebe tem a possibilidade de entender, em primeira mão, como esse sistema funciona e quais são os benefícios e desvantagens. O acolhimento desse anfitrião deve ser na forma de troca: oferecer a ele esse olhar e uma nova cultura e tentar adquirir conhecimento e também a cultura dele, afinal, é possível fazer melhorias ao conhecer e entender o olhar e o modus operante do outro.

Fora do nosso país, os Estados ditos de primeiro mundo avançam tecnologicamente à uma velocidade assombrosa. E a verdade é que se olharmos para a educação básica e superior deles, podemos entender por que. A internacionalização, a cultura, as ciências exatas e humanas, que são capazes de gerar resultados práticos, são extremamente valorizadas. O capital humano é incentivado e patrocinado. (4) Os ganhos tecnológicos, o conhecimento possível de ser adquirido com um período no exterior, são fantásticos e podem provocar mudanças profundas em uma sociedade.

Relações internacionais e diplomáticas

Pode parecer um pouco exagerado em um primeiro momento. Mas quando analisamos um intercâmbio como parte importante da internacionalização do ensino superior, então conseguimos entender que ele permite que se estabeleçam/fortaleçam relações diplomáticas entre os países participantes do acordo. Afinal, em determinados intercâmbios, principalmente nos públicos, essas relações são fundamentais para novos programas e novas possibilidades para um maior número de alunos.

Portanto, vale a ressalva da importância de se preparar os alunos e futuros intercambistas antes da viagem. Esses momentos são fundamentais para os intercambistas e possibilitam uma gama de ganhos – pessoais, profissionais e para a sociedade, que acabam por ter um peso grande no resultado desse período. Esse resultado pode ser muito positivo para a instituição que facilitou o intercâmbio do aluno e para o país, que encabeçou essa negociação, mas da mesma forma que pode trazer resultados bons, pode culminar em resultados desastrosos e uma imagem ou reputação negativa. Da mesma forma que os benefícios acima são esperados, eles podem nunca chegar e, ainda, enfraquecer relações institucionais.

Motivação dos pares

Por fim, decidi deixar a minha ideia de outro benefício que acredito ser essencial. Ele normalmente só aparece quando o intercambista retorna ao seu local de residência, pois é quando ele tem contato com as pessoas de quem se afastou pelo período. Vou usar o exemplo de alunos que retornam de um intercâmbio e conseguem fazer com que seus pares percebam as mudanças ocorridas, mas principalmente percebam que existe a possibilidade de que eles também tenham essa oportunidade. Precisamos lembrar que, por vezes, as pessoas acreditam que seus objetivos são inalcançáveis. Um intercambista que retorna pode ser um grande agente motivador.

Seria possível citar muitos benefícios do intercâmbio. Na verdade, não tenho certeza se conseguiria colocar todos em um único texto. Posso aprofundar as pesquisas e trazer mais resultados, se isso for do interesse de vocês, nossos leitores. Afinal, eu entendo que esse é um assunto ainda incipiente em nosso país, principalmente se compararmos ao nível de incentivo moral e financeiro que outras regiões no mundo proporcionam – haja visto a União Europeia.

É por reconhecer a importância das relações envolvidas em um intercâmbio e o potencial de geração de resultados que ele tem que decidi abordar o tema do seguinte texto: Consultoria em Intercâmbio. Na verdade, decidi escrever sobre uma Proposta de consultoria nessa área, focada em atingir objetivos práticos e certeiros. No próximo texto dessa seção! 😊

Fontes

  1. IASBECK, L.C.A. Imagem e Reputação na Gestão da Identidade Organizacional, 2007.
  2. MESSE, D.; WOLTER, S. Are student Exchange programs worth it?, 2005.
  3. MENEZES, C.C.F. Identidade Nacional e Poder nas relações internacionais. Uma breve trajetória da construção da política de diplomacia cultural brasileira, 2011
  4. OPPENHEIMER, A. ¡BASTA DE HISTORIAS! La obsesión latinoamericana con el pasado y las 12 claves del futuro, (?)

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Autor: Paula Marchesan

Author: Paula Marchesan

Formação de Carreiras no Turismo, sou Mestre em Gestão de Turismo, fundadora da Escola de Turismólogos e do  Turismologia.

Com mais de 13 anos de experiência no Turismo, ofereço capacitação para empresas do Turismo, acelerando resultados e aumentando produtividade, através de palestras e treinamentos.